O governo chinês controla e monitora as atividades religiosas no país, que surge em 19ª na Lista Mundial da Perseguição 2024
Por Patricia Scott
Na China, o governo proíbe atividades evangelísticas voltadas para crianças. Em resposta, líderes têm incentivado os pais na priorização da evangelização e do discipulado dos filhos com base nos ensinamentos bíblicos dentro de casa.
A restrição já está em vigor há anos, sendo que, em algumas regiões, as crianças sequer podem entrar em igrejas, enquanto em outras as regras são menos rígidas. Em 2024, a China ocupa o 19º lugar na Lista Mundial da Perseguição da Missão Portas Abertas, que aponta os 50 países mais difíceis para um cristão viver.
Erik Burklin, da China Partner, recentemente se reuniu com cerca de 40 pastores da China continental e 40 líderes, em sua maioria dos Estados Unidos. “Uma das maiores preocupações compartilhadas com a gente foi que o governo agora está aplicando rigorosamente a lei que proíbe a pregação do Evangelho para menores. Qualquer pessoa com menos de 18 anos, por exemplo, não tem permissão para frequentar igrejas”, relatou.
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O discipulado familiar tornou-se uma ferramenta essencial para apresentar Jesus às crianças na China. No início deste ano, um líder pediu a Burklin: “Você poderia nos ajudar a obter materiais melhores para ensinarmos nossos filhos?”
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De acordo com Erik, “em áreas menos restritivas, os menores não têm uma ‘escola dominical’ como ocorre no Ocidente, mas ficam em um ambiente seguro enquanto seus pais participam do culto”. Diante desse cenário, os líderes precisaram adaptar a estratégia de evangelização. “Eles estão fazendo um esforço concentrado para capacitar os pais a evangelizar seus filhos, algo similar ao que o povo judeu fazia no Antigo Testamento”, comentou Burklin.
Erik também mencionou que muitos pais têm pedido orações, buscando sabedoria sobre como agir dentro dos limites da lei, sem deixar de ser fiéis às Escrituras. “Essa é uma tensão constante que os cristãos chineses enfrentam”, afirmou.
Apesar das restrições governamentais, ele observou que não há um clima de medo ou desesperança entre os líderes. Pelo contrário, há muito otimismo e entusiasmo. “Mesmo dentro de um sistema tão restritivo, Deus continua se movendo. Ele está no controle, usando esses homens e mulheres para sua glória, sendo testemunhas, sal e luz em sua sociedade”, destacou.
Na China, os cristãos só têm permissão legal para adorar em igrejas afiliadas a grupos religiosos controlados pelo Partido Comunista, que exige apoio ao governo e aos objetivos políticos. Durante décadas, as autoridades toleraram as “igrejas domésticas” independentes e não registradas, mas nos últimos anos, elas têm enfrentado crescente pressão e muitas foram fechadas.
A Comissão de Liberdade Religiosa Internacional dos Estados Unidos, em seu relatório anual de 2023, informou que o Partido Comunista Chinês exige que os grupos religiosos apoiem seu governo absoluto e sua ideologia, chegando a modificar seus ensinamentos religiosos para se alinhar à política do partido. “Grupos religiosos registrados ou não, e indivíduos que entram em conflito com o PCC, enfrentam assédio, detenção, prisão e outros abusos”, afirmou a comissão. Com informações Mission Network News