“Lei Larissa Manoela”: o que o caso ensina sobre finanças, fé e família

Educação financeira aliada à fé é essencial para evitar abusos, fortalecer vínculos familiares e promover responsabilidade no lar

Por Cristiano Stefenoni

Um projeto aprovado pela Câmara dos Deputados promete mudar a relação financeira dentro das famílias. A Lei Larissa Manoela pretende evitar que pais abusem da gestão do dinheiro dos filhos menores, além de permitir a interferência da Justiça para proteger os interesses de crianças e adolescentes. Agora, o texto será apreciado pelo Senado. Mas, afinal, quais são os limites quando o assunto é a gestão das finanças dentro de casa?

Para quem não lembra, o caso de Larissa Manoela ganhou repercussão nacional após vir a público que seus pais administravam a fortuna da artista desde a infância — avaliada, até então, em R$ 18 milhões —, mas não a deixavam usufruir do recurso, a ponto de ela precisar pegar dinheiro emprestado para ir à praia, por exemplo. Para evitar um desgaste judicial com a família, Larissa abriu mão desse valor.

Para a educadora financeira Mirna Borges, que possui mais de um milhão de inscritos em seu canal no YouTube, o “Economirna”, o primeiro problema em relação às crises financeiras familiares está exatamente na forma como cada um enxerga o dinheiro. Segundo ela, há pessoas que carregam crenças negativas em relação a isso e acreditam que a vida é apenas pagar boletos.

“Se você tem um sentimento ruim em relação ao dinheiro, a consequência será uma vida sem dinheiro, afinal, ninguém quer ficar com algo que não traz um bom sentimento. Então, o primeiro passo é tratar a raiz do problema, compreendendo que o dinheiro com Deus é bênção, é ferramenta para contribuirmos, para multiplicarmos e também usufruirmos com nossa família”, afirma Borges.

Outro ponto importante abordado pela consultora é que o dinheiro deve ser visto como uma bênção dada por Deus e, por isso, é preciso ter cuidado e zelo redobrados com as finanças.

“Quando entendemos que somos administradores do dinheiro que o Senhor nos confiou e que ele é uma ferramenta que Deus coloca em nossas mãos, passamos a usá-lo com muito mais sabedoria. Com dinheiro é possível cuidar melhor da nossa família, dizimar, ofertar, realizar sonhos. Mas sem nunca se esquecer que o dinheiro é um excelente servo, mas um péssimo senhor”, alerta.

Mirna Borges explica que os recursos precisam ser bem administrados e que, ao contrário do que muita gente imagina, a prioridade, após ser fiel a Deus, não é pagar contas, mas separar um valor para fazer com que o que se ganhou renda mais. Ela afirma que, colocando em prática essa regra de ouro, a pessoa viverá um padrão abaixo do que ganha e, assim, não chegará ao limite do seu orçamento.

“Ao receber o salário, deve-se separar a parte da contribuição (dízimo, ofertas, ajudar pobres e necessitados) e separar a parte da multiplicação (dinheiro destinado aos investimentos), e o que ficar na conta será destinado a usufruir (pagar contas essenciais e gastos com estilo de vida), porque se você deixar para contribuir e multiplicar o que sobra no final do mês, simplesmente não irá sobrar”, orienta.

Filhos devem ser orientados sobre finanças desde cedo

A educadora financeira ressalta também que é importante que os pais ensinem desde cedo os filhos a como administrar os recursos, e que o uso da mesada pode ser uma excelente ferramenta para isso. Nesse caso, seriam destinados 50% para poupar e 50% para usufruir no presente — além, é claro, de retirar o dízimo e as ofertas.

“Precisamos ensinar os filhos sobre o equilíbrio entre o poupar/investir e entre o consumir. Os pais precisam compreender que só falar não é o suficiente; a forma com que eles lidam com o dinheiro será o principal espelho para o filho. Se eles veem os pais brigando por causa de dinheiro, crescerão achando que o dinheiro é um causador de problemas e não uma bênção que o Senhor nos dá para realizarmos sonhos”, ressalta Borges.

Os princípios bíblicos das finanças

Para Mirna, é fundamental que os pais utilizem a Bíblia para orientar seus filhos. Ela cita quatro princípios bíblicos sobre finanças: o da mordomia, da reserva, da generosidade e da multiplicação. “O princípio da mordomia é ensinando que tudo é do Senhor, como diz Salmo 24:1. ‘‘Ao Senhor pertence a terra e tudo o que nela se contém, o mundo e os que nele habitam”.

Já o princípio da reserva ensina que é necessário formar uma reserva financeira para momentos de adversidade, como em Provérbios 21:20: “Na casa do sábio há comida e azeite armazenados, mas o tolo esgota tudo o que pode”. E o princípio da generosidade, que ensina sobre a contribuição — ou seja, que não se deve reter, mas sim transbordar — como está em 2 Coríntios 9:7: “Cada um contribua conforme determinou no coração, não com pesar nem por obrigação, pois Deus ama quem dá com alegria”.

E por fim, o princípio da multiplicação. “Onde o Senhor nos chama para multiplicarmos os recursos que nos confiou para que tenhamos cada vez mais para contribuir e usufruir (Mateus 25:14-30). Esses princípios financeiros bíblicos podem ser utilizados por pais como uma base para discutir questões financeiras com seus filhos, ajudando-os a desenvolver uma compreensão saudável e responsável do dinheiro”, conclui.

Fonte: comunhao.com.br

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