Cristãos seguem mantidos reféns por Fulani sem acesso a comida na Nigéria

Fulani mantém cristãos reféns sem acesso a comida na Nigéria

Uma tribo radical fulani, descrita por defensores como “determinada a transformar a Nigéria em um califado”, tem sequestrado cristãos e mantido-os acorrentados em campos no estado de Kaduna, no noroeste do país. A denúncia foi apresentada em 04 de setembro, durante uma coletiva de imprensa no Capitólio dos Estados Unidos, organizada por líderes religiosos e representantes de organizações de direitos humanos.

Douglas Burton, ex-funcionário do Departamento de Estado dos EUA e editor sênior da Truth Nigeria, vinculada à organização Equipping The Persecuted, relatou que os campos funcionam em uma floresta próxima à vila de Rijana. Segundo ele, cerca de “500 ou 600 pessoas” estão detidas no local desde dezembro de 2024. “Milhares de pessoas passaram por esse sistema, e muitas foram mortas”, afirmou Burton.

Testemunho de sobreviventes

A organização entrevistou ex-reféns que narraram condições de fome, espancamentos e ameaças de morte. Esther, mãe de Anita, um bebê de 10 meses, contou que foi sequestrada em junho de 2025, na vila de Gaude. Ela declarou que os sequestradores a proibiram de orar e presenciou execuções de reféns cujas famílias não conseguiram pagar o resgate. Libertada em 27 de agosto, Esther disse que continuou orando em silêncio, pedindo a Deus que fosse liberta.

Acusações contra o governo nigeriano

Burton afirmou que o governo da Nigéria ignora relatórios de inteligência sobre ataques contra comunidades cristãs e acusou autoridades de subornar jornalistas locais para minimizar as denúncias. Embora o conselheiro de segurança nacional tenha anunciado em fevereiro o resgate de 50 reféns, a Truth Nigeria disse não ter tido acesso a essas vítimas, levantando dúvidas sobre a veracidade da informação.

Judd Saul, diretor da Equipping The Persecuted, reforçou que os sequestradores pertencem a uma milícia étnica fulani de orientação jihadista. “As pessoas que estão matando, sequestrando e tomando conta das comunidades cristãs são a milícia étnica fulani”, declarou. Ele acrescentou que “atualmente há mais de mil cristãos mantidos em cativeiro”, sujeitos a tortura e execuções.

Contexto do conflito

O povo fulani é um dos maiores grupos nômades da África Ocidental, com dezenas de milhões de pessoas espalhadas pelo Sahel. Predominantemente muçulmanos, os fulani possuem centenas de clãs, muitos sem ligação com ideologias extremistas. No entanto, observadores internacionais apontam que facções radicais têm intensificado ataques contra comunidades agrícolas cristãs no Cinturão Médio da Nigéria nos últimos anos.

A Comissão dos Estados Unidos sobre Liberdade Religiosa Internacional (USCIRF) alertou que a violência envolvendo grupos fulani tem agravado as tensões religiosas no país. Apesar disso, o governo nigeriano insiste que os confrontos não têm natureza religiosa, atribuindo-os a disputas entre pastores e agricultores, agravadas por fatores econômicos e sociais.

Apelos internacionais

Durante a coletiva, líderes religiosos e ativistas pediram que os EUA reinstalem a Nigéria na lista de Países de Preocupação Especial, da qual foi retirada em 2021 pela administração Biden. Também defenderam a responsabilização de financiadores de grupos extremistas e maior atenção internacional à situação.

Saul rejeitou explicações que atribuem a violência a mudanças climáticas ou conflitos territoriais. “Isso são islamistas radicais praticando uma jihad na vida real diante dos nossos olhos. E, a menos que algo seja feito agora e em breve, milhões de cristãos vão morrer”, declarou, segundo o The Christian Post.

Fonte: Portal Goodprime

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