Izalci Lucas e o labirinto político: entre contradições e incertezas no PL

O futuro político do senador Izalci Lucas (PL-DF) parece cada vez mais nebuloso. Faltando pouco mais de um ano para o fim do mandato, o parlamentar ainda não definiu para onde caminha — e tampouco convence o eleitorado de que há um rumo claro em sua trajetória.

Apesar de insistir em pregar sua candidatura ao Governo do Distrito Federal em 2026, Izalci enfrenta um obstáculo político de peso: está em um partido que integra a base da atual vice-governadora Celina Leão (PP), nome já consolidado para disputar a reeleição com o apoio do grupo político do governador Ibaneis Rocha. A insistência do senador em seguir isolado, indo na contramão da própria legenda, é vista por analistas como um gesto mais simbólico do que estratégico — um ato de sobrevivência política em meio à falta de espaço.

Entre discursos e contradições, Izalci também acena para José Roberto Arruda, outro nome que ensaia retorno à disputa pelo Buriti, embora ainda dependa de decisões do Supremo Tribunal Federal para definir sua elegibilidade. O gesto reforça a imagem de um político sem ancoragem: ora atira para um lado, ora para o outro, na tentativa de manter-se relevante no tabuleiro.

A confusão não é apenas partidária, mas também eleitoral. Seus poucos eleitores fiéis se veem sem direção — reflexo da própria indecisão do senador sobre qual cargo disputar. A lembrança mais recente nas urnas também não o favorece: em 2022, quando se lançou candidato ao governo pelo PSDB, Izalci amargou uma votação considerada vexatória para quem ocupa uma cadeira no Senado — pouco mais de 70 mil votos, desempenho que mal se compara à expressiva votação de 403 mil votos obtida em 2018, quando foi eleito senador.

Na política, números falam por si. E o declínio de Izalci é um sinal claro de desgaste. De estrela tucana a voz isolada no PL, o senador hoje parece viver um dilema existencial: lutar por espaço em um partido que já tem dono ou buscar outro caminho antes que seja tarde demais.

Enquanto o tempo corre, cresce a sensação de que Izalci Lucas — um dia símbolo da oposição articulada e do discurso da ética na política — caminha agora sem bússola e sem destino, tentando reencontrar relevância num cenário que já não lhe reserva o mesmo protagonismo de outrora.

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