Os Estados Unidos anunciaram, nesta quarta-feira (13/8), a revogação dos vistos de dois ex-integrantes do Ministério da Saúde do Brasil que participaram da implementação do programa Mais Médicos. A medida atinge Mozart Julio Tabosa Sales, atual secretário do Ministério da Saúde, e Alberto Kleiman, coordenador-geral da COP30.
Segundo o Departamento de Estado norte-americano, ambos, à época da criação do programa, utilizaram a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) como intermediária para viabilizar a participação de médicos cubanos, o que, na avaliação dos EUA, teria driblado sanções impostas contra o regime de Cuba. A restrição também se estende a ex-funcionários da OPAS, impedindo-os de entrar em território norte-americano.
A ação foi anunciada pelo secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, que classificou o envio de médicos cubanos para outros países como um “esquema de exportação de trabalho forçado do regime cubano”. Filho de imigrantes cubanos, Rubio é conhecido por sua postura crítica ao governo de Havana.
De acordo com comunicado oficial, o governo brasileiro, por meio do programa, teria realizado pagamentos ao regime cubano sem repassar integralmente os valores aos profissionais de saúde, contrariando, segundo os EUA, requisitos constitucionais brasileiros e favorecendo a exploração dos médicos.
A decisão faz parte de uma série de sanções recentes adotadas por Washington. Mais cedo, o Departamento de Estado havia anunciado a revogação de vistos de autoridades de Cuba, países africanos e da ilha de Granada, em ações relacionadas a programas semelhantes.
Em julho, os EUA já haviam cancelado os vistos de oito ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), em meio ao julgamento que envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
