Estupros, facadas e agressões viraram rotina nas escolas públicas do Distrito Federal. Enquanto alunos e professores vivem sob medo, o debate político emperra um projeto que poderia salvar vidas.

Com 1.647 unidades de ensino sob o Batalhão de Polícia Escolar, que atua apenas nas áreas externas, o interior das escolas permanece vulnerável.
Na última semana, um professor temporário foi preso por estuprar uma aluna de 4 anos na Escola Classe 203 do Itapoã. Poucos dias antes, um aluno de 15 anos foi esfaqueado por outro, de 14, no Riacho Fundo II.
Esses episódios refletem um cenário preocupante: a Polícia Civil registrou 343 casos de lesão corporal dolosa em escolas em 2024, aumento de 24% em relação ao ano anterior.
Diante disso, o deputado distrital Roosevelt Vilela (PL) apresentou o PL 1211/2024, que obriga a instalação de câmeras de videomonitoramento em escolas e creches públicas do DF, com gravações mantidas por 90 dias. O objetivo é reforçar a segurança e permitir investigações rápidas.
A proposta segue exemplos de São Paulo, Rio Grande do Sul e Bahia, onde o uso de câmeras reduziu significativamente casos de violência escolar.
Mas a reação contrária foi imediata: o Sinpro-DF e deputados de esquerda, como Chico Vigilante (PT) e Fábio Félix (PSOL), classificaram o projeto como “perseguição” e “ameaça à autonomia pedagógica”.
Enquanto isso, pais, professores e alunos pedem o óbvio: proteção real, não discursos ideológicos.
A sessão da última terça-feira (14) terminou sem votação, sob obstrução e ausência de parte da base governista, frustrando quem esperava um avanço.
O fato é que a violência escolar no DF atingiu níveis alarmantes.
Câmeras não transformam escolas em presídios — transformam em espaços mais seguros.
E o que está em jogo não é política, mas vidas.


















