Nas últimas semanas, o diagnóstico de uma doença rara em vários países do mundo chamou a atenção. Pacientes da Europa, Estados Unidos, Austrália e Argentina apresentaram a varíola de macaco, uma doença que é endêmica em partes do continente africano e é semelhante à varíola humana, condição de saúde já erradicada do planeta.
O primeiro caso de varíola de macaco em humanos foi diagnosticado em 1970. A varíola humana, por sua vez, foi considerada erradicada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em 1979. A vacina que permitiu derrotar a varíola humana é capaz de oferecer alguma proteção contra a varíola de macaco, pois os dois vírus são bastante parecidos.
No entanto, após a erradicação, as vacinas contra varíola pararam de ser aplicadas. No Brasil, o imunizante foi considerado obrigatório até meados dos anos 1970 e descontinuado depois do último caso conhecido da doença no país — ou seja, pessoas nascidas depois de 1973 não tomaram a vacina.
Entretanto, alguns países possuem o imunizante em estoque e ele pode ser fabricado sob demanda. A empresa Bavarian Nordic, por exemplo, é responsável pela vacina Imvanex, conhecida como Jynneos nos Estados Unidos e Imvamune, no Canadá — a fórmula é aprovada contra a varíola humana e possui autorização para ser usada também contra a varíola de macaco.
Os estudos disponíveis mostram que a vacina tem pelo menos 85% de eficácia contra a varíola de macaco, e protege pessoas que foram expostas ao vírus até quatro dias depois.
Novo imunizante
A farmacêutica Moderna afirmou estar desenvolvendo uma vacina específica contra a varíola de macaco, mas a fórmula ainda está passando por testes pré-clínicos, em laboratório.
“Ressaltando esse compromisso, e como a monkeypox (varíola de macaco) é de importância para a saúde pública global, conforme identificado pela OMS, estamos investigando possíveis vacinas contra a varíola em um nível pré-clínico”, afirmou a empresa na segunda-feira (24/5), via Twitter.
Na Europa, os casos já ultrapassam 50. Os países com maior número de diagnósticos são Portugal (20), Espanha (23) e Reino Unido (7), de acordo com a agência de notícias AFP. Os EUA também confirmaram um paciente com a doençammpile/
Recentemente, diversos países têm registrado casos de pacientes diagnosticados com varíola de macaco, doença rara causada pelo vírus da varíola símia. Segundo a OMS, a condição não é considerada grave: a taxa de mortalidade é de 1 caso a cada 100. Porém, é a primeira vez que se tornou identificada em grande escala fora do continente africano
A doença foi diagnosticada pela primeira vez nos seres humanos em 1970. De acordo com o perfil dos pacientes infectados atualmente, maioria homossexual ou homens que fazem sexo com homens (HSH), especialistas desconfiam de uma possível contaminação por via sexual, além de pelo contato com lesões em pessoas doentes ou gotículas liberadas durante a respiração
Ainda assim, a recomendação da OMS não é vacinar toda a população. Como o vírus não é de transmissão tão rápida como a Covid-19, por exemplo, e os casos são poucos, a principal estratégia é isolar o paciente infectado e vacinar pessoas que tiveram contato próximo, incluindo profissionais de saúde.
Porém, como o acesso ao imunizante é limitado, a agência internacional sugere manter higiene, comportamento sexual seguro, rastreamento e isolamento de contatos. Até o momento, a doença não causou quadros graves em nenhum dos pacientes infectados e nem óbitos — a taxa de mortalidade deste tipo de varíola é de 3% a 6%.
Outro tratamento
Além da vacina, existem alguns antivirais conhecidos para lidar com a doença: os três principais são o brincidofovir, tecovirimat e cidofovir.
Apesar da existência, nenhum dos três produtos é aprovado pela Anvisa para uso no Brasil — como a doença não tem casos conhecidos no país há anos, o registro do cidofovir, por exemplo, expirou em 2010 e não foi renovado.
Sintomas
Os sintomas da varíola de macaco incluem febre, dor de cabeça, dores musculares, calafrios e exaustão. As feridas semelhantes às da catapora são o sinal mais característico da infecção viral.
As pústulas, geralmente, começam a aparecer no rosto e se espalham para outras partes do corpo, o que podem incluir os órgãos genitais.
Durante o período da infecção, as feridas passam por diferentes estágios, como mostram imagens divulgadas pela agência britânica, UK Health Security Agency (UKHSA).
UKHSA/Reprodução
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