No dia 26 de novembro, a Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou a B.1.1.529 como variante de preocupação e escolheu o nome “ômicron”. Com essa classificação, a nova variante foi colocada no mesmo grupo de versões do coronavírus que já causaram impacto na progressão da pandemia: alfa, beta, gama e delta.
A ômicron foi originalmente descoberta na África do Sul. Ela é considerada de preocupação, pois tem 50 mutações, sendo mais de 30 na proteína “spike” (a “chave” que o vírus usa para entrar nas células e que é o alvo da maioria das vacinas contra a Covid-19).
Veja o que se sabe:
- Evidências sugerem que ômicron pode facilitar a reinfecção
- Todos os continentes registraram casos da variante
- Medidas não farmacológicas funcionam contra variantes
- Não há registro de morte ligada à nova cepa
O que ainda não se sabe:
- Se a variante é mais transmissível
- Se a ômicron causa sintomas mais graves e mortes
- Se a nova variante apresenta resistência à vacinação
Casos em todos os continentes
Todos os continentes já registram casos da variante ômicron do novo coronavírus. Neste domingo (28), o Canadá se tornou o primeiro país das Américas a confirmar a infecção, foram 2 casos na província de Ontário
Apesar da preocupação, a OMS afirmou que ainda não há registro de morte ligada à nova cepa.
Reinfecção
De acordo com Mariângela Simão, vice-diretora geral de medicamentos da OMS, algumas evidências preliminares sugerem que a ômicron pode facilitar a reinfecção.
“Um grupo da OMS se reuniu com especialistas da África do Sul e dessa reunião veio uma indicação de um potencial aumento de risco de reinfecção”, disse a vice-diretora.
Mais informações sobre esse tópico serão disponibilizados nos próximos dias e semanas.
Vacinação e medidas não farmacológicas
Até o momento, não se sabe se a ômicron apresenta resistência à vacinação – que é bastante baixa nos países do sul africano, onde foi identificada. A OMS reforça que as vacinas continuam sendo fundamentais para a redução de doenças graves e mortes, inclusive contra a delta (a variante mais transmissível até agora).
“A delta está circulando no mundo inteiro e é responsável pela imensa maioria dos caso de pessoas não vacinadas. Com o vírus circulando, ele desenvolve outras mutações, que leva a outras variantes. É extremamente importante que se tome a vacina. As vacinas protegem contra casos graves e mortes. A indústria farmacêutica já está trabalhando com as mutações e, se tiver necessidade de fazer ajuste, ele será feito”, explica a vice-diretora geral da OMS.
Além disso, medidas não farmacológicas como distanciamento social, uso de máscaras, lavagem das mãos e ambientes ventilados continuam sendo essenciais para a disseminação do vírus.
“Todas essas medidas continuam valendo e continuam sendo extremamente importantes até que tenhamos uma cobertura vacinal suficiente no mundo todo”, diz Mariângela Simão.
Sintomas
A médica sul-africana que fez o primeiro alerta sobre a variante ômicron do coronavírus citou sintomas leves em seus pacientes. Não há, ainda, informações consolidadas sobre a variante.
Angelique Coetzee disse, em entrevista ao jornal britânico “The Telegraph”, que notou um aumento de pessoas jovens e saudáveis com sinais de fadiga em seu consultório.
“Os sintomas que eles apresentavam eram muito diferentes e mais leves dos que eu havia tratado antes”, afirmou a profissional da saúde.
Transmissão e casos graves
Segundo a OMS, ainda não está claro se a nova variante é mais transmissível em comparação com outras variantes, incluindo a delta. A entidade diz que precisará de semanas para compreender melhor o comportamento da variante.
“O número de pessoas testando positivo aumentou em áreas da África do Sul afetadas por essa variante, mas estudos epidemiológicos estão em andamento para entender se é por causa de ômicron ou outros fatores”, disse a entidade.
Também não se sabe se a variante provoca casos graves de Covid-19. “Todas as variantes podem causar doenças graves ou morte, em particular para pessoas mais vulneráveis e, portanto, a prevenção é fundamental”, alerta a OMS.