O Rio de Janeiro voltou a ser palco de uma operação de guerra. Na última terça-feira (28), forças de segurança deflagraram uma megaoperação nos complexos da Penha e do Alemão, na Zona Norte da capital fluminense, em resposta ao avanço do crime organizado na região, que segue impondo medo, dominando territórios e desafiando o Estado.



Imagens registradas durante a ação mostram criminosos fortemente armados reunidos em pontos estratégicos do alto da comunidade, com parte deles usando roupas camufladas e uniformes semelhantes aos das polícias, uma tática que, segundo investigadores, dificulta a identificação e facilita a mobilidade entre becos e áreas de mata.
As forças de segurança relatam que dezenas de traficantes, incluindo lideranças do Comando Vermelho e criminosos de outros estados, utilizaram a mata da Serra da Misericórdia como rota de fuga ao perceber o cerco policial. O local, segundo a investigação, além de rota de escape, é usado como esconderijo e área de treinamento para novos integrantes da facção, inclusive menores de idade.
A operação mobilizou cerca de 2.500 agentes das polícias Civil e Militar e integra o esforço nacional para conter a expansão das facções criminosas que atuam no Rio e em outros estados. Fontes de segurança afirmam que entre os fugitivos estavam chefes do tráfico vindos de Goiás, Espírito Santo, Bahia, Ceará, Amazonas e Pará.
Violência extrema e domínio territorial
Relatórios apresentados durante a operação revelam cenas de brutalidade praticadas por traficantes na região. Em um dos registros analisados pelas autoridades, um homem aparece sendo arrastado por uma moto após ser acusado de desviar dinheiro do tráfico. Investigadores suspeitam que ele tenha sido executado em seguida.
Levantamentos oficiais apontam que o Comando Vermelho domina mais de mil comunidades no Rio de Janeiro, cerca de 60% das favelas do estado. Nas demais, a disputa é marcada pela presença de milícias e outras organizações criminosas. Em muitas áreas, moradores relatam cobranças abusivas para acesso a serviços básicos como gás, internet, transporte e até mesmo circulação dentro das próprias comunidades.
Território, poder e desafio ao Estado
O secretário de Segurança Pública do Rio afirmou que a mata fechada e o terreno acidentado dificultaram o avanço das equipes e favoreceram a fuga dos criminosos. O alvo principal da operação, conhecido como “Doca”, já estaria escondido na área rural da comunidade antes mesmo da investida policial.
Apesar das dificuldades e da fuga em massa registrada, autoridades destacam que a operação é parte de um plano de enfrentamento contínuo, em parceria com o governo federal e outros estados, para enfraquecer o braço armado do crime organizado.
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