quinta-feira, dezembro 26

Pastor pede perdão por associar autismo à ação demoníaca

Pastor Washington Almeida (Foto: Reprodução/YouTube)

Durante uma pregação para comemorar os 90 anos da Assembleia de Deus, o pastor Washington Almeida, da unidade situada no município de Tucuruí, fez uma declaração que causou revolta ao associar o autismo à ação demoníaca.

A ministração, realizada no último dia 12, rapidamente viralizou nas redes sociais. Em um recorte da fala, é possível ver o líder religioso associando o autismo a uma influência maligna nas vidas humanas.

“De cada 100 crianças que nascem, nós temos um percentual gigantesco de pessoas e ventres manipulados, visitados pela escuridão. As crianças hoje, de cada 100, nós temos aí quase 30% de autistas em vários graus”, disse Almeida.

Ele prosseguiu, sustentando a tese de que o autismo seria consequência de uma condição espiritual, diferentemente do que diz a ciência. O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição de saúde ligada ao neurodesenvolvimento, e não uma realidade espiritual.

“O que está acontecendo, pastor Washington? O diabo está visitando o ventre das desprotegidas, daqueles que não têm a graça, a habilidade, a instrumentalidade para saber lidar no mundo espiritual. E ele só procura os vulneráveis, os desassistidos”, completou o pastor Almeida.

Com a repercussão negativa da declaração, o pastor Washington Almeida gravou um vídeo para se apresentar como responsável pela fala e pedir perdão à sociedade, especialmente aos autistas e pais que lidam com o autismo dos filhos.

“Fui muito infeliz quando fiz uma colocação. E esse não é o meu caráter, não é o meu perfil. Jamais, jamais, no meu coração, passa coisa dessa natureza. Mas, naquele calor da mensagem, terminei dizendo algo que não podia dizer, não devia falar”, disse ele.

“Eu quero aqui me retratar com todos vocês, diante de todos, pedir perdão por aquela infeliz colocação, enquanto eu ministrava. Então, eu quero pedir perdão aos autistas, aos pais de crianças autistas”, concluiu o pastor .

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