Deputado federal afirmou que a inclusão do pastor no inquérito representa tentativa de criminalizar líderes religiosos e comparou a perseguições em regimes autoritários.

O deputado federal e pastor Marco Feliciano (PL-SP) se manifestou nas redes sociais sobre a inclusão do nome do pastor Silas Malafaia em um inquérito que também investiga o ex-presidente Jair Bolsonaro. Em vídeo divulgado nesta sexta-feira (15), Feliciano classificou a apuração como um ato de perseguição política e religiosa, afirmando que a investigação “não é legítima”.
De acordo com o parlamentar, Malafaia foi citado em processos que envolvem acusações de coação no curso do processo, obstrução de investigação de organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Feliciano, no entanto, defendeu que as acusações não se sustentam e representam uma escalada contra a liberdade de expressão.
“O que está acontecendo não é uma investigação legítima no meu pensamento. É uma escalada. E a história nos mostra onde esse caminho leva”, disse.
Em seu discurso, Feliciano comparou o caso brasileiro a episódios de perseguição religiosa registrados em países como Nicarágua, Cuba e Venezuela. Segundo ele, há um padrão histórico em que governos primeiro miram opositores políticos e, em seguida, voltam-se contra líderes religiosos.
“Na Nicarágua, Daniel Ortega fechou rádios e TVs cristãs, expulsou missionários, prendeu padres que denunciavam seus abusos. Em Cuba, pastores foram perseguidos, presos e exilados apenas por se recusarem a pregar o Evangelho moldado pelo regime. Na Venezuela, líderes religiosos que condenaram a ditadura foram ameaçados e alguns silenciados”, afirmou.
Para Feliciano, o caso de Silas Malafaia representa uma tentativa de calar vozes críticas ao sistema. Ele enfatizou que o pastor não responde por corrupção ou enriquecimento ilícito, mas apenas por se manifestar em público.
“O ‘crime’ dele foi usar a liberdade de expressão para questionar e denunciar abusos. Essa é a essência da democracia. E ela está sendo pisoteada aqui no Brasil”, declarou.
O deputado também relacionou a investigação à convocação feita por Malafaia para uma grande manifestação no dia 7 de setembro. Feliciano sugeriu que o objetivo seria impedir a participação do pastor no evento, que promete reunir apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro e líderes religiosos em Brasília.
“Qual o intuito de fazer isso com o pastor Malafaia nesse exato momento, depois daquela gigantesca manifestação que ele promoveu? Seria porque ele conclamou o povo para uma nova, mega manifestação em 7 de setembro e querem silenciá-lo para não discursar ali?”, questionou.
Ele ainda citou que o julgamento de Bolsonaro foi marcado para o dia 2 de setembro, cinco dias antes do ato, e mencionou o pedido de cassação do deputado Eduardo Bolsonaro, reforçando que “nada é por acaso”.
Ao final, Feliciano pediu orações e disse que a situação no Brasil é preocupante.
“Fé numa democracia não se cala. A verdade não se prende e a liberdade não se negocia. Estamos no front, mas não está nada fácil”, concluiu.
Fonte: O fuxico gospel