Cadastro de Empregabilidade já posicionou 200 pessoas com deficiência no mercado de trabalho

Projeto da Secretaria da Pessoa com Deficiência direciona público a vagas de emprego; empresas interessadas em contratar também podem procurar a pasta

Por: Fernando Jordão e Adriana Izel, da Agência Brasília | Edição: Ígor Silveira

A busca por emprego pode ser um processo árduo para quem está desempregado. E ele é ainda pior para pessoas com deficiência. Foi pensando em ajudar esse público que a Secretaria da Pessoa com Deficiência (SEPD) criou o Cadastro de Empregabilidade. Em um ano e meio, a iniciativa conseguiu posicionar mais de 200 profissionais no mercado de trabalho de um total de quatro mil candidatos cadastrados e aproximadamente 100 empresas parceiras.

“Acreditamos que uma das pautas para garantir uma inclusão eficiente é a empregabilidade. Precisamos mostrar para as pessoas que é possível desde que elas se conectem com a política pública. Elas não podem ter medo, porque a partir do momento que você opta por receber um benefício de prestação continuada, que é o BPC, ele não gera para você um décimo terceiro, não te dá oportunidade de você financiar um imóvel ou um carro. Então, a porta de entrada para o protagonismo é o emprego”, destaca o secretário da Pessoa com Deficiência, Willian Ferreira da Cunha.

Em um ano e meio, a iniciativa conseguiu posicionar mais de 200 profissionais no mercado de trabalho de um total de quatro mil candidatos cadastrados e aproximadamente 100 empresas parceiras | Foto: Geovana Albuquerque/Agência Brasília

Conduzido pela Diretoria de Inclusão Profissional, da SEPD, o setor tem como objetivo direcionar pessoas com deficiência cadastradas a vagas de emprego disponibilizadas por empresas parceiras. O encaminhamento é feito a partir dos grupos de WhatsApp. Para participar é preciso estar inscrito no Cadastro da Pessoa com Deficiência (CadPCD), o que pode ser feito pela internet ou presencialmente, no posto de atendimento da secretaria, na Estação 112 Sul do Metrô, além de contar com documentos comprobatórios: Carteira de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (Ciptea) e o Cartão de Identificação da Pessoa com Deficiência, ambos gerados por meio do CadPCD.

“Eles entram no site da Secretaria da Pessoa com Deficiência, na aba Empregabilidade, onde tem o link do WhatsApp. E aí eles podem entrar nos grupos e ficar sabendo de todas as informações. Nesses grupos, nós encaminhamos as vagas que recebemos das empresas, o candidato que se interessar manifesta interesse no nosso privado e, a partir daí, a gente dá todo o encaminhamento”, explica a diretora de Inclusão Profissional da pasta, Andressa Matias.

As empresas interessadas em contratar pessoas com deficiência também podem procurar a pasta para ofertar suas vagas. “Nós temos um acordo de cooperação com o Ministério Público e, através desse acordo, foi criado o termo de cooperação que nós assinamos com todas as empresas parceiras. Nós vamos atrás, mas elas também chegam até a gente, por meio das redes sociais e do próprio site da secretaria. Elas chegam, a gente assina o termo de cooperação e a parceria ali se inicia: elas nos encaminham vagas e a gente distribui”, aponta Andressa.

https://youtube.com/watch?v=9_Am_vK4GLU%3Frel%3D0

Recentemente, a secretaria assinou um acordo de cooperação técnica com o Senac para formar as pessoas antes de encaminhá-las ao mercado de trabalho. “Também estamos formatando um acordo de cooperação técnica com o Sebrae pensando no empreendedorismo”, adianta o secretário da Pessoa com Deficiência.

O programa também conta com uma ação de monitoramento. “Depois de 90 dias, perguntamos a empresa e a pessoa com deficiência para saber como está sendo a abordagem. Nesta ação, reunimos as dores e tentamos sempre buscar estratégias para viabilizar a melhoria dos acessos. Porque garantir a vaga de emprego não é o fim, é o ponto de partida de uma inclusão eficiente. Nós temos regras arquitetônicas que garantem a acessibilidade estrutural, mas a atitudinal você só garante a partir do diálogo vivo”, acrescenta Cunha.

Foi graças ao projeto que Tatiane Rocha, 49 anos, conseguiu voltar ao mercado de trabalho, no começo de setembro. “Fiquei sabendo do Cadastro quando fui atualizar meu Passe Livre”, lembra. Após três entrevistas, ela foi selecionada para um posto de assistente administrativa: “O caminho foi tranquilo e rápido, me senti bem acolhida até conquistar a tão almejada vaga. Só tenho a agradecer à equipe. Valeu a pena.”

Já Fernanda Sousa, 37, espera ter o mesmo desfecho — que, aliás, já viveu. “Eu sabia como entrava, inclusive já tive um emprego [pelo Cadastro]. Mas decidi voltar porque fiquei desempregada de novo”, pontua. Até o momento, ela participou de uma entrevista, para uma vaga de agente escolar. “Saí de lá confiante”, relata. Com tudo isso, Fernanda é só elogios ao programa: “Ajuda não só a mim, mas muitas pessoas que precisam desse auxílio, porque a inclusão é um direito de todos e dever do Estado”.

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