Indicação de Jorge Messias por Lula cria novo cenário no Supremo e reacende debate sobre fé e política

O Supremo Tribunal Federal passa a contar com dois ministros evangélicos, mas de perfis políticos opostos. André Mendonça, indicado por Jair Bolsonaro, é pastor da Igreja Presbiteriana de Pinheiros e identificado com a direita. Já Jorge Messias, atual ministro da Advocacia-Geral da União (AGU) e membro da Igreja Batista, foi indicado nesta quinta-feira (16) pelo presidente Lula para ocupar a vaga deixada por Luís Roberto Barroso, que se aposentou.
A presença dos dois ministros — um de direita e outro de esquerda — marca um momento inédito na Corte e tem gerado grande repercussão nas redes sociais. Enquanto alguns comemoram o avanço da representatividade evangélica no Judiciário, outros questionam se a fé deve ter influência direta nas decisões jurídicas e nas nomeações para o mais alto tribunal do país.
Com a nova composição, o Supremo reflete de forma ainda mais clara a polarização política do país. A nomeação de Messias é vista como um gesto de aproximação de Lula com o eleitorado evangélico — grupo que, historicamente, tem demonstrado maior afinidade com pautas conservadoras e com a direita política.
Apesar das diferenças ideológicas, ambos os ministros têm em comum o compromisso público com valores cristãos e o discurso de defesa da ética na vida pública. O contraste entre suas trajetórias e convicções políticas, no entanto, deve colocar à prova até que ponto a fé pessoal pode coexistir com a imparcialidade exigida pela Suprema Corte.


















