
O fantasma da velha política segue rondando Brasília e, ao que tudo indica, ainda tentando bater na porta do poder. Apesar de discursos de “nova chance” e ensaios de retorno político para 2026, a Justiça deu mais um recado claro ao ex-governador José Roberto Arruda: dívida com o passado não se apaga na canetada.
A Primeira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu manter, por unanimidade, a condenação que torna Arruda inelegível por oito anos e o obriga a devolver valores aos cofres públicos, somando uma cifra impressionante: R$ 559 milhões entre ressarcimento e multa civil.
A tentativa da defesa era anular a decisão alegando irregularidades na gravação que ajudou a deflagrar o escândalo — material entregue pelo delator Durval Barbosa durante a famosa Operação Caixa de Pandora, episódio que expôs um esquema de corrupção envolvendo o então governador, aliados políticos e empresários.
Mas o argumento não colou.
O ministro Gurgel de Faria, relator do caso, lembrou que a condenação não se baseou apenas na gravação questionada, mas em testemunhos e documentos sólidos. Em outras palavras: não adianta tentar reescrever a história a Justiça tem memória.
Pandora segue aberta
O caso que derrubou Arruda do Palácio do Buriti e marcou um dos momentos mais sombrios da política brasiliense continua produzindo efeitos. A decisão reforça que a Justiça não esqueceu os desvios revelados à época, quando contratos emergenciais e propinas formavam o combustível do esquema.
Enquanto isso, nos bastidores da política…
Mesmo com a condenação mantida, Arruda segue se movimentando — de olho nas eleições de 2026. E tenta se apoiar nas mudanças recentes da Lei da Ficha Limpa para argumentar que estaria elegível. Juristas, porém, afirmam: a regra não retroage para limpar condenações antigas.
Ou seja: a discussão jurídica pode até continuar, mas o recado político parece claro — há contas a acertar antes de pensar em voltar ao palanque.
Brasil já viu esse roteiro e Brasília sabe bem como termina
Em um momento em que a sociedade cobra transparência e novos caminhos na política, o retorno de figuras marcadas por escândalos de corrupção levanta um alerta: até onde vai a paciência do eleitor com quem já testou e falhou no poder?
A decisão do STJ, pelo menos, mantém a porta fechada — por agora.


















