
A prisão preventiva de Jair Bolsonaro provocou uma onda imediata de reações entre lideranças e fiéis evangélicos em todo o país. Para muitos, a decisão do STF despertou sentimentos de indignação, perplexidade e um forte senso de abandono político. Pastores e influenciadores do segmento, que historicamente caminharam ao lado do ex-presidente, passaram a questionar a postura de autoridades que, até pouco tempo atrás, juravam apoio incondicional ao líder conservador.
Nas redes sociais, é possível notar que grande parte do público evangélico vê a prisão como politizada e excessiva, reforçando um discurso já conhecido de perseguição e tensão institucional. Ao mesmo tempo, cresce a cobrança sobre governadores e parlamentares que construíram carreiras e capital político seguindo de perto a popularidade de Bolsonaro, mas que agora mantêm silêncio calculado diante do episódio. Para esse grupo de fiéis, a “lealdade” de certos partidos e lideranças parece ter durado apenas enquanto as câmeras estavam ligadas.
Nesse cenário, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, se destaca como uma das poucas vozes que, segundo apoiadores de Bolsonaro, realmente atuou para evitar que o ex-presidente fosse enviado à Papuda. A avaliação de bastidores é de que Ibaneis foi firme nos diálogos institucionais, buscando preservar a integridade do processo e evitar um desgaste ainda maior para o país. Entre religiosos, essa postura tem sido vista como coerente com o histórico do governador, que mantém trânsito entre setores conservadores sem romper com o diálogo jurídico e político.
A apreensão no meio evangélico permanece alta. Muitos acreditam que o episódio pode redefinir alianças, expor incoerências e, sobretudo, fortalecer um sentimento de que o futuro político do país caminha para um embate ainda mais profundo entre quem vê Bolsonaro como símbolo de resistência e quem tenta se afastar dele neste momento crítico. Para esse segmento, mais do que a prisão em si, o que causa estranheza é a mudança repentina de atitude de líderes que antes estampavam apoio, mas agora preferem o silêncio confortável da conveniência.


















