
José Roberto Arruda insiste em circular pelo cenário político do Distrito Federal como se estivesse apto a disputar eleições. Mesmo inelegível por decisão judicial, ele segue repetindo discursos, aparecendo em eventos e tentando convencer o eleitor de Brasília de que será candidato — um gesto que, na prática, demonstra desrespeito às determinações da Justiça.
A trajetória de Arruda sempre foi marcada por rupturas, escândalos e renúncias estratégicas. E um dado fala mais alto do que qualquer discurso ensaiado: em mais de três décadas de vida pública, Arruda só conseguiu concluir um único mandato — o de deputado federal entre 1991 e 1994. Depois disso, nenhum outro mandato chegou ao fim.
O histórico é público:
- Em 1999, eleito deputado federal novamente, Arruda não terminou o mandato — renunciou após o escândalo do painel eletrônico.
- Em 2003, já senador, Arruda renunciou novamente, mais uma vez envolvido no mesmo escândalo.
- Em 2007, eleito governador do Distrito Federal, viveu seu período politicamente mais turbulento. O mandato acabou cassado em 2010, no auge da Operação Caixa de Pandora, encerrando sua gestão antes da metade final.
Ou seja: de quatro mandatos iniciados após os anos 1990, Arruda não concluiu nenhum.
Ainda assim, hoje, mesmo juridicamente impedido de concorrer, tenta ocupar espaço como se estivesse no jogo. Continua construindo discursos emotivos, exaltando feitos do passado e repetindo mantras sobre capacidade e probidade — palavras que não resistem ao confronto com sua trajetória real.
A insistência em posar como candidato, apesar da inelegibilidade confirmada, não só confunde o eleitor como reforça uma postura conhecida: a tentativa de manter influência política à margem da legalidade, ignorando o que a Justiça já decidiu.
Brasília conhece essa história. Sabe o que significa apostar em lideranças que não concluíram mandatos e mergulharam o DF em crises que até hoje são lembradas. A capital merece estabilidade e compromisso verdadeiro — não mais um capítulo de uma trajetória marcada por interrupções, renúncias e escândalos.


















