terça-feira, fevereiro 18

Laboratório confirma troca de adesivos entre canetas de insulina e Ozempic; saiba a diferença

O caso veio à tona após mulher passar mal no Rio por ter tomado insulina no lugar do medicamento para emagrecer, comprado numa farmácia da Zona Sul. A Novo Nordisk informou que investiga a adulteração.

Diferença entre canetas de insulina e Ozempic.
Diferença entre canetas de insulina e Ozempic. — Foto: Reprodução

O laboratório responsável pela fabricação dos medicamentos Ozempic e Fiasp Flextouch, uma insulina de ação rápida, confirmou que houve casos de readesivação de canetas de Fiasp Flextouch com rótulos de Ozempic, possivelmente retirados de canetas originais.

A Nova Nordisk informou que já tinha identificado adulteração nas embalagens, mas, até esta terça-feira, não havia confirmado a troca de rótulos entre as canetas. A empresa disse ainda que está colaborando com as autoridades e reforçou o compromisso com a segurança dos pacientes, mas negou estar sob investigação da polícia.

O caso veio à tona após a Polícia Civil do Rio, através da delegacia de Ipanema (13ªDP), confirmar, nesta terça-feira (22), que a mulher de 46 anos, internada no último sábado, utilizou uma caneta da insulina Fiasp Flextouch, que foi vendida como Ozempic numa farmácia da Zona Sul da capital.

A paciente foi internada no Hospital Copa D’Or, em Copacabana, com um quadro de hipoglicemia severo. No entanto, ela já recebeu alta. Na segunda-feira, o responsável pela farmácia e o balconista prestaram depoimento na 13ª DP.

A polícia apreendeu os produtos na farmácia e enviou as supostas canetas de Ozempic apreendidas ao Instituto de Criminalística Carlos Éboli, que confirmou a troca dos rótulos entre as canetas.

Com isso, a polícia expandiu a investigação para apurar as responsabilidades da distribuidora e do laboratório, além da farmácia.

O Fiasp Flextouch tem um valor de mercado em torno de R$ 44,00, enquanto o Ozempic, também utilizado para o tratamento de diabetes tipo 2 e perda de peso, custa mais de R$ 1.000,00.

Medicamento vendido como Ozempic era, na verdade, insulina de ação rápida — Foto: Divulgação/Polícia Civil RJ

Medicamento vendido como Ozempic era, na verdade, insulina de ação rápida — Foto: Divulgação/Polícia Civil RJ

Orientações da Novo Nordisk sobre o Ozempic e Fiasp Flextouch

Na nota enviada à CBN, o laboratório Novo Nordisk orientou os consumidores a observarem com atenção as características das canetas injetáveis para evitar fraudes.

O Ozempic é vendido em canetas azuis claras, com botão cinza, enquanto o Fiasp Flextouch é comercializado em canetas azuis escuras, com botão laranja. A empresa também destacou a importância de evitar a compra de medicamentos por sites não licenciados pela Anvisa e desconfiar de preços muito abaixo do praticado oficialmente.

Ambos os medicamentos, Ozempic e Fiasp Flextouch, são aplicados por meio de canetas injetáveis, o que facilita a confusão em casos de adulteração, reforçando a necessidade de atenção por parte dos consumidores.

Ainda de acordo com o laboratório, as canetas de insulina Fiasp Flextouch foram readesivadas com rótulos do lote NP5K174. A empresa também informou que não pode garantir que rótulos de outros lotes não tenham sido utilizados em casos semelhantes.

Caneta de Ozempic falsa continha insulina de ação rápida. Mulher foi internada ao apresentar quadro de hipoglicemia. — Foto: Divulgação/Polícia Civil RJ

Caneta de Ozempic falsa continha insulina de ação rápida. Mulher foi internada ao apresentar quadro de hipoglicemia. — Foto: Divulgação/Polícia Civil RJ

Além das cidades do Rio de Janeiro e Brasília, foram identificados casos isolados em Anápolis (GO), Curitiba (PR), Belo Horizonte (MG) e Paty do Alferes (RJ). A Novo Nordisk alertou que não houve lançamento de nova fórmula de Ozempic desde 2019 e recomendou que os consumidores desconfiem de canetas com numerações de dose diferentes de 0mg e 1mg.

Alerta da Anvisa sobre falsificações

Antes deste caso, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já havia alertado, em 2023, sobre a circulação de lotes falsificados de Ozempic no Brasil, em cidades como Rio de Janeiro e Brasília.

Lotes identificados como MP5C960 e LP6F832 apresentavam diferenças nos rótulos, como idioma estrangeiro e concentração incorreta. A Anvisa reforçou a necessidade de verificar se as embalagens estão alteradas ou possuem informações divergentes.

Fonte: G1.com

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