Polícia Civil investiga se houve algum acidente relacionado ao prestador de serviço durante o processo de impermeabilização. Casal e bebê morreram em decorrência da queda.
Por Larissa Feitosa, Michel Gomes, Naiara Santos, g1 Goiás e TV Anhanguera
Delegado fala sobre sobre investigação da morte de casal e bebê após incêndio em prédio
O incêndio no apartamento do casal que morreu ao pular com o filho bebê para fugir das chamas aconteceu enquanto um técnico estava no local para um serviço de impermeabilização em um sofá, segundo o delegado Bruno Van Kuyk. O fogo atingiu o sétimo andar do edifício onde as vítimas, Luiz Evaldo Lima, Graciane Rosa de Oliveira e Leo Oliveira de Lima, moravam em Valparaíso de Goiás, no Entorno do Distrito Federal.
“Trabalhamos com algumas linhas de investigação. Estamos verificando se houve algum acidente relacionado ao prestador de serviço durante o processo de impermeabilização. Pode ter ocorrido algum vazamento ou defeito. A função da Polícia Civil agora é investigar, apurar e esclarecer para determinar se houve negligência, imprudência ou imperícia”, explicou o delegado.
O incêndio que atingiu o sétimo andar do edifício onde a família morava começou por volta das 10h30 da manhã da última terça-feira (27). Segundo o delegado, a Polícia Científica irá apurar a origem do incêndio, e o laudo técnico auxiliará a Polícia Civil na investigação do caso.
“Juntando essa prova técnica com as provas testemunhais e com as pessoas que estavam no local do fato e presenciaram o que aconteceu, nós sabemos que houve uma explosão”, pontuou o delegado.
Graciane Rosa, Luiz Evaldo e o filho bebê morreram após incêndio em apartamento, em Valparaíso de Goiás — Foto: Reprodução/ Redes Socais e Reprodução/TV Anhanguera
Causa da morte da família
O casal que pulou com o filho bebê morreu por politraumatismo, segundo informações da Polícia Científica (entenda nesta reportagem).
“Temos comprovada a questão do politraumatismo e já foi completamente afastada a questão do incêndio”, explicou Ricardo Matos, perito criminal e superintendente da Polícia Científica de Goiás.
A análise da polícia indicou que o casal e o bebê morreram em decorrência da queda do prédio. À TV Anhanguera, Ricardo Matos esclareceu que não havia fuligem nas vias respiratórias das vítimas, o que indica que elas não inalaram fumaça do incêndio.
“[Essa conclusão] bate com as informações repassadas pelas testemunhas, em que houve um desespero da família. Infelizmente, nessa tragédia, eles tentaram se salvar ou fugir do incêndio e acabaram perdendo suas vidas”, pontuou Ricardo Matos.
Segundo dados do g1 saúde, é chamado de politraumatismo qualquer tipo de situação onde exista lesão grave de, pelo menos, dois órgãos ou duas partes distintas do corpo causadas por forças externas de natureza física (choque) ou química (queimadura).
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Perito criminal fala sobre possíveis causas de incêndio em prédio de Valparaíso de Goiás
Como é feita a análise?
Ricardo Matos explicou que, em casos como este, onde o incêndio é o cenário de uma morte, é necessário determinar se a vítima morreu em decorrência do fogo ou se já estava morta quando o incêndio se espalhou. “A medicina legal verifica a presença de fuligem nas vias respiratórias, que é o resíduo de fumaça composto por partículas que indicam se as vítimas estavam respirando durante o incêndio”, explicou o superintendente.
Em alguns casos, também são necessários exames laboratoriais, segundo Ricardo Matos. “Quando as vítimas inalam a fumaça de um incêndio, normalmente os níveis de monóxido de carbono, um gás tóxico resultante do fogo, se acumulam no corpo. No entanto, neste caso específico, não foi necessário realizar o exame de monóxido de carbono devido às lesões observadas e à ausência de fuligem nas vias respiratórias”, finalizou.
O incêndio
O incêndio que causou a morte do casal aconteceu no sétimo andar do Bloco E do residencial Parque das Árvores. Além do casal e do bebê, outras duas pessoas estavam no apartamento que pegou fogo. Ambas foram resgatadas com vida.
O vídeo que mostra as pessoas na sacada foi gravado por moradores de outros blocos, que ficam abalados ao ver os vizinhos pedindo ajuda. Segundo o Corpo de Bombeiros, ao todo, o incêndio deixou 12 feridos. O g1 não conseguiu o estado de saúde atualizado dessas pessoas até a última atualização da reportagem. Após o incêndio, o Bloco E do prédio foi totalmente evacuado.
Cadela também morreu
Cachorrinha de família também morreu após casal pular de apartamento em chamas em Valparaíso de Goiás — Foto: Reprodução Redes Sociais/ Reprodução TV Anhanguera
A cadela do casal que pulou com o bebê de um apartamento em chamas também morreu devido à queda, em Valparaíso de Goiás, no Entorno do Distrito Federal. Segundo o capitão Fábio Rodrigues, do Corpo de Bombeiros de Goiás, não se sabe se o casal pulou com a cadela ou se ela pulou depois. O capitão informou que o animal foi encontrado no chão, junto à família.
“Na queda dos moradores, uma cadela caiu junto. Havia ali [no chão] um animal junto com eles”, afirmou o capitão.
Fonte: G1.com