Entre outros temas, presidente do BC falou sobre taxa de juros e estabilidade financeira
O presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO), presidiu Sessão Especial do Senado Federal, realizada nesta quinta-feira (10), destinada à prestação de contas semestral realizada pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Seu comparecimento no Senado é previsto na lei que concedeu autonomia institucional ao BC (Lei complementar nº 179/2021), mas desta vez ele também atendia a requerimentos aprovados na Comissão de Assuntos Econômicos – CAE – o convidavam para prestar esclarecimentos sobre as decisões da entidade em relação à taxa de juros no País.
Campos Neto apresentou aos senadores um balanço das atividades do órgão sobre a meta de inflação e o trabalho visando a estabilidade financeira do país, referente ao primeiro semestre de 2023. Também falou sobre a decisão do Copom de reduzir a taxa básica Selic em meio ponto percentual, de 13,75% para 13,25%. Foi a primeira vez que o banco reduziu a taxa básica de juros desde agosto de 2020.
Em mais de três horas de sessão, o presidente do BC ouviu elogios, respondeu perguntas, e detalhou as ações do trabalho realizado frente à instituição, no primeiro semestre de 2023. Ele, também, foi questionado pelos senadores sobre temas como a redução sustentável dos juros, juros reais, custo da dívida pública, política monetária e fiscal, situação econômica do país, combate inflacionário, crédito rotativo e microcrédito.
Campos Neto explicou que o resultado positivo da economia brasileira no primeiro semestre do ano se deve à autonomia e à política de juros do Banco Central. “A capacidade do Banco Central em gerir crises de forma autônoma e técnica que tem dado grandes frutos. Então, por trás de cada comemoração que a gente tem feito recentemente no Brasil, tem um pedaço que foi a atuação do Banco Central. Eu gostaria que isso não fosse esquecido”, cobrou o presidente do BC.
O senador Vanderlan, presidente da CAE e da sessão plenária do Senado, elogiou a atuação de Campos Neto e destacou sua disposição em dialogar com o Legislativo, atendendo a todos os chamados da Casa. “Foi uma Sessão extremamente produtiva e com a ampla participação das senadoras e senadores. Campos Neto fez uma apresentação didática, com muitos dados, mostrando um trabalho técnico importante para a estabilidade econômica. Todas as vezes que foi convidado, o presidente sempre foi muito solícito e nos atendeu de imediato”, disse Vanderlan.
Vanderlan lembrou que Campos Neto também seria ouvido na Comissão de Assuntos Econômicos, porém, devido um acordo firmado com o presidente da Casa, senador Rodrigo Pacheco, estabeleceu-se uma única data para a reunião. “A Sessão de hoje, no Plenário, é, também, uma ampliação da reunião que ocorreria na CAE no dia 8 de agosto passado, em decorrência da aprovação de requerimentos de convite ao presidente do BC, e que foi ampliada dos membros da CAE para todos membros do Senado”, explicou o presidente.