quinta-feira, novembro 21

“Na minha função de supervisor, tenho notado que a direção da empresa frequentemente adota uma abordagem de feedback com um tom elevado e o uso de linguagem pejorativa. Fico em dúvida sobre a adequação dessa prática e gostaria de obter orientações a respeito.Pode isso, chefe?”


Olá chefe, Vamos lá, primeiramente, vamos entender o que significa o chamado
feedback. Feedback é uma opinião do líder ou seu superior hierárquico, que
é dada sobre o desempenho para melhoria contínua e desenvolvimento
profissional de um determinado liderado.


Eles podem ser construtivos, positivos, negativos, ofensivos, dentre outros,
e sua aplicação é extremamente importante para aprimorar o que deve ser
desenvolvido e manter o comportamento que precisa ser mantido.


O feedback deve ser aplicado imediatamente quando observado o fato
examinado, para que assim o episódio esteja “fresco” na memória do
receptor (quem vai receber o feedback) e ele possa aplicá-lo em
comportamentos posteriores. O feedback pode ser decisivo para a
permanência ou até mesmo a promoção do seu empregado.


O feedback será assertivo caso se observe a melhor técnica escolhida
conforme a cultura da empresa, na aplicação imediata ao fato, no preparo
do líder que vai aplicá-lo. Não pode ser em um tom depreciativo e,
principalmente, não pode ser aplicado quando os ânimos ainda estiverem
exaltados.


Lembrando que o excesso de rigor ao se cobrar resultados no trabalho
interfere diretamente no clima organizacional da empresa. Caso fique
comprovado e configurado ofensa à dignidade humana, ou seja, dano à
dignidade ou à imagem do funcionário, caracteriza-se como assédio e dano.
Dessa forma, é de suma importância um comportamento adequado nesse
ambiente, não somente por parte dos empregados, mas principalmente por
parte dos líderes e gestores.


E agora, voltando à pergunta, o líder/gestor pode gritar, alcunhar e usar
palavras de baixo calão no feedback aos seus administrados? E a resposta
é NÃO, não pode, chefe!


O excesso ao tratamento dispensado fere o princípio da dignidade humana.
Se comprovado que causa dano ao empregado, pode sim, conforme
entendimentos jurídicos, ser considerado assédio moral. Uma vez que, caso
a tarefa a ser realizada não esteja atendendo às expectativas do gestor, o
mesmo tem alternativas para resolver a situação, como advertências,
suspensões ou até mesmo rescindir o contrato de trabalho. Jamais poderá
ofender, gritar, constranger ou colocar o colaborador em uma situação
abusiva ou inconveniente dentro do seu ambiente de trabalho.


Nesse sentido, chefe, além das questões legais envolvidas, você, como um
líder eficaz, sabe que usar palavras negativas, atacar o seu colaborador e
usar palavras pejorativas só vão servir para desgastar a relação de trabalho.
Por isso, sempre na aplicação do feedback, deve-se prevalecer a empatia e
respeito de quem vai aplicá-lo.


Diante disso, líder, ao emitir suas considerações, seja impessoal, seja claro
e objetivo. Utilize uma comunicação não violenta, seja neutro, ofereça um
ambiente tranquilo e forneça a chave para a resolução da situação. Assim,
seu feedback será bem recebido, promovendo um ambiente aberto ao
diálogo.

Benigna Cabral

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