Para o pastor, escritor e músico Atilano Muradas, a Lei do Dia da Música Gospel é um reconhecimento mínimo pelo que o setor representa no país
Por Victor Rodrigues
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, sancionou nessa terça (15) a Lei 14.998, de 2024, que institui 9 de junho o Dia Nacional da Música Gospel. A Comunhão conversou com o pastor e músico Atilano Muradas que analisou a medida governamental. Alguns artistas gospel usaram as redes sociais para se manifestarem nessa semana.
Asaph Borba, com 50 anos de ministério, escreveu nas redes sociais: “Precisamos (…) lutar em defesa uma sociedade que respeite a vida, a família e a moral de acordo com os princípios bíblicos. Isso sim, é mais importante que instituir um ‘Dia Nacional da Música Gospel’”. André Valadão, Nani Azevedo e Israel Salazar, também questionaram a medida.
O senador Marcos Rogério (PL-RO), relator do Projeto, observou que o gospel é “um patrimônio cultural e espiritual de grande importância para a sociedade”. O parecer da Comissão de Educação e Cultura afirma que, “a música gospel desempenha um papel vital no desenvolvimento do indivíduo e da coletividade, merecendo, portanto, o apoio do poder público”.
Há benefícios nesta Lei?
Para Atilano Muradas, dar um dia no calendário do país a música gospel, é uma devolução mínima a tudo aquilo que os evangélicos fazem pela sociedade.
“Evangélicos são acionistas da maioria das casas de recuperação de dependentes químicos e são os que mais acolhem pessoas com problemas de toda a ordem”, afirma o músico.
Muradas enumerou alguns benefícios que a possível Lei, vai trazer para o segmento do gospel. “O primeiro é que recursos legais serão destinados a custear apresentações de música gospel. Sem a regulamentação, isso não seria possível”, inicia.
Em segundo lugar, a música gospel vai ganhar uma visibilidade que já era merecida há muito tempo. “O gospel tem sua importância para a economia como um todo. Há muito tempo o segmento movimenta o mercado de instrumentos, de equipamentos, de shows, de transportes, sem contar milhares de shows que movimentam a economia”, completa.
Atilano propõe que outro benefício é o respeito da classe musical. “Há de se notar que nem todos os músicos têm o seu olhar voltado para músicos evangélicos, simplesmente porque têm preconceito quanto aos evangélicos. Mas dificilmente encontramos um grupo musical que não tenha evangélicos’”, assegura.
Em conclusão, a música gospel privilegia a teologia. “A teologia que nos ensina a moral, os valores da família e que assim poderemos fazer o principal: difundir os princípios e valores”, finaliza Atilano.
Data e homenagem
A data escolhida para o Dia da Música Gospel, 9 de junho, é uma homenagem à missionária sueca Frida Maria Strandberg Vingren (1891-1940), que se dedicou à evangelização, em Belém do Pará, no início do século passado.
Frida Vingren foi enfermeira, jornalista, poetisa, articulista e tradutora. Era casada com Gunnar Vingren (1879-1933), co-fundador, ao lado de Daniel Berg (1884-1963), da igreja evangélica Assembleia de Deus no Brasil. Multi-instrumentista, cantora e compositora, Frida Vingren criou mais de 20 hinos da Harpa Cristã, como o Hino 126 – Bem Aventurança do Crente.